
Em 1990, a parcela feminina no mercado de trabalho era de 34,4%. Em 2006, elas já ocupavam 42% dos postos de trabalho. Praticamente não existem mais segmentos exclusivamente masculinos.Com o intuito de consolidar a carreira, cada vez mais mulheres têm preferido adiar projetos pessoais, como a maternidade."A redução da fecundidade ocorreu mais intensamente nas décadas de 70 e 80. Os anos 90 já começaram com uma taxa baixa de fecundidade: 2,6%, que cai para 2,3% no fim da década", enfatiza o especialista em reprodução humana e diretor da Clínica Gera, Joji Ueno.O motivo da queda é que as reações sobre a gravidez de uma funcionária nem sempre foram tratadas de forma amistosa no mundo corporativo. Até algumas décadas atrás, em muitas companhias, existiam restrições para a admissão de mulheres em geral, e a faixa etária mais atingida era entre 20 e 30 anos. A gravidez representava altos custos na folha de pagamento das empresas. Hoje, o preconceito diminuiu, mas ainda existe.Desejo adiado “Hoje, devido ao competitivo mercado de trabalho e ao acúmulo de funções sociais, muitas mulheres optam por ter filhos mais tarde, depois dos 35 anos, O desejo da maternidade é adiado, mas não descartado", diz o médico.Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de mães com mais de 40 anos no Brasil cresceu 27%, entre 1991 e 2000. Aquelas que tiveram filho entre os 40 e os 49 anos têm alta escolaridade. Dentro desse grupo, 59,1% completaram oito anos ou mais de estudo e são oriundas de famílias com alto poder aquisitivo. Além disso, 25,7% delas contam com rendimento mensal familiar de mais de dez salários mínimos.Outro fator que pesa para o adiamento é o aumento da expectativa e da qualidade de vida dos brasileiros. "Hoje, uma mulher de 60 anos tem mais vida ativa. Sendo mãe aos 40, ela sabe que irá criar bem seu filho e acompanhar seu crescimento”.

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